Brianna é mais do que uma cantora — é uma presença política, uma voz potente e um corpo em constante reinvenção. Mulher trans e artista plural, ela tem construído sua trajetória na música com coragem, autenticidade e propósito. “Desde o início eu sabia o que queria. Sempre foi positivo ser quem eu sou, apesar do preconceito, que infelizmente ainda é uma barreira real”, conta.
A caminhada de Brianna dentro do cenário artístico não tem sido isenta de desafios, especialmente em espaços culturais ainda marcados pela cisnormatividade. “Existem lugares onde a contratação de artistas trans é dificultada. Muita gente tenta dizer que é coisa da minha cabeça, mas só eu sei o que passo. Espaços culturais até são mais receptivos, mas bares e restaurantes, por exemplo, ainda têm um longo caminho a percorrer.”
Mesmo diante das dificuldades, ela segue firme e inspirada. A carreira começou em 2018 com influências fortes da MPB — e Maria Bethânia foi sua grande referência. Com o tempo, a artista foi se redescobrindo e hoje mergulha no universo do forró, onde revisita as raízes da infância ouvindo bandas como Mastruz com Leite e Magníficos. “Essas memórias me atravessam e me fortalecem.”
E o que esperar de Brianna nos próximos passos? “Uma mulher mais preparada, mais confiante e com um repertório ainda mais forte. Eu me reinvento o tempo inteiro. Quero estar atualizada para tocar e emocionar todos os públicos.”
Seu trabalho vai além da música. Ele carrega discurso, presença e identidade. “Meus temas são música, gênero, dança e política. A política está em tudo. Meu corpo no palco já é um ato político. A dança me permite expressar quem sou, e a música me dá voz para o mundo.”
Brianna é arte em movimento — e cada passo seu é também um passo por visibilidade, representatividade e liberdade.